“Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”
Clarice Lispector
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”
Clarice Lispector
Na mudança da minha casa, me pûs a olhar o meu reflexo no espelho. Que imagem era aquela refletida no espelho, uma mulher cheia de si ou uma menina amedrontada pelo barulho dos trovões?
O que será que as pessoas enxergavam ao olharem para mim? E o que eu mesma enxergava sobre mim, será que eu me enxergava? Chego a pensar que há tempos não me olho.
A grande maioria das pessoas sempre te elogiam, talvez porque seja verdade, talvez por conveniência, ou talvez só para que você também a elogie, como se fosse uma troca. Independente de qual seja o motivo, de fato, eu sempre acho que estão exagerando ou que estão mentindo.
Na verdade, poucas vezes acho que fiz uma coisa boa, ou que sou realmente boa em algo, não tenho uma visão positiva sobre mim, e nem sei se algum dia tive. Talvez, isso seja apenas mais um dos sintomas dessa minha fase meio solitária e depressiva.
Para mim é bem mais fácil e mais perceptível os meus defeitos e o que faço de errado, ou que nem chega a ser errado, mas que nunca está bom o bastante para mim, mesmo estando para os outros. Sei que devemos aprender a conviver com nossos próprios defeitos, mas sinto que estou longe de conseguir isso.
E esse perfeccionismo me consome e me esmaga por dentro a cada dia, mais e mais. Bem que eu queria que inventassem um anti-perfccionismo!